Nasceu em Juazeirinho, cidade localizada no cariri paraibano, distante a 240 km da capital João Pessoa. Desde criança foi um apaixonado pela arte e cultura, principalmente a música e o teatro. Suas tias Arlinda e Rosinha foram quem lhe incentivaram a participar das primeiras bandinhas de músicas formadas no Grupo Escolar Marechal Almeida Barreto da sua terra natal
Tadeu é Agente cultural da Cidade de Cabedelo
Este blog abordará temas relacionados a arte educação, cultura popular e cidadania.
SAIBA COMO SURGIU O NOME DA PRAIA FORMOSA NO INÍCIO DO SÉCULO XX.
Foi num inesquecível verão de 1904 que, certa tarde, numa roda de amigos e amigas à beira-mar, a juventude sonhadora de então, diante da paisagem cheia de luz tropical, uma brisa leve e recheada de uma música acalentadora ao vento no coqueiral, quando uma pessoa daquele grupo de jovens sugeriu que se devia dar o nome a praia, inspirado na sua beleza. A velha guarda presente defendeu a tradição, deixa como está! Porém, o espírito desafiador da juventude presente foi mais além e a velha guarda teve que recuar diante dos argumentos apresentados pela legião dos jovens defensores do belo. Assim surgiu o nome do lugar, “Praia Formosa”, numa feliz inspiração da alma sonhadora do poeta e jornalista João Pereira de Castro Pinto, uma pessoa muito iluminada e querida, que contou com o apoio da família do Dr. João Américo de Carvalho, conhecido por Carvalhinho e o amparo vitorioso dos presentes. Depois de conversa vai e conversa vem, ficou acertado a data que haveria do sacramento do crisma.
(Crisma segundo a doutrina da Igreja Católica, é um sacramento em que o fiel recebe, através da ação do bispo, uma unção com o Crisma, ou seja, um rito em que o ministro sagrado impõe as mãos sobre o crismando, invocando o Espírito Santo e unge a testa com óleo de oliveira).
Este sacramento religioso aconteceu no dia 15 de janeiro de 1906, que foi registrado numa crônica publicada posteriormente em jornais da capital paraibana com a seguinte nota:
“PRAIA FORMOSA, anteontem com grande concorrência de pessoas gradas desta capital, e dos habitantes das praias: POÇO, BESSA, CAMBOINHA, OSSO E PONTA DE MATOS foi solenemente inaugurada a PRAIA FORMOSA sendo, em imponente passeata, composta em sua maioria, de gentis senhoritas desta cidade, que conduziram as placas com a nova denominação “PRAIA FORMOSA” que foram pregadas nos limites da referida praia de Cabedelo”.
De acordo com o escritor Walfredo Rodrigues, a solenidade religiosa foi algo encantador naquela tarde de 15 de janeiro de 1906. O sol derramava-se sobre o verde-louro dos coqueirais, enquanto a extensa região da costa do Cabedelo compreendida entre as praias de Ponta de Matos e do Osso estavam satisfeitas. Os habitantes dessas praias recebiam festivos a oficialização do batismo da Praia Formosa. Na pitoresca residência do distinto amigo Sr. Tito Silva, reuniram-se os convidados e os habitués da estação balneária, em grande números, entre respeitáveis cavalheiros e alegres senhoritas que acompanhados da Banda de Música do Corpo de Segurança (Policia Militar), se dirigiram para os limites da praia, Norte e Sul.
Na parte Norte em imponente passeada, formada por duas alas de gentis senhoritas conterrâneas conduzindo as placas com a denominação definitiva desse agradável lugarejo; carregavam bonitos e decorados estandartes conduzidos pelas duas Senhoritas: Dulce Silva e Onaldina Machado.
Na parte Sul, após belíssimas frases pronunciadas pelo Dr. Clemente Rosas, em nome da comissão promotora da festa, o Dr. João Américo de Carvalho (Carvalhinho) colocou solenemente a primeira placa e, num surto de retórica, argumentou para os presentes a respeitarem a denominação apropriadíssima de PRAIA FORMOSA daquela extensão de beira mar.
Depois, ao Norte, no local em que ia ser colocado a segunda placa foi aclamado o talentoso jornalista Acadêmico Oscar Soares, que em oração vibrante de entusiasmo, saudou os presentes que foram capaz de entender a proposta espontânea para o deslumbrante realce de tão inesquecível momento. Colocando a segunda plana, o ilustre Prefeito da Capital, Dr. Xavier Júnior, encerrou a solenidade com uma comovente oração estimulando a paz.
À noite, abriram-se os salões da moradia do Dr. João Américo (Carvalhinho) para imponente baile em noite enluarada que deixou nos corações de todos uma saudade infinita.
Depois de firmado o prestígio da Praia Formosa, afamada como Praia “Chic”, outros veranistas amigos de outras ocasiões sociais apareceram para parabenizar pelo ato realizado e aproveitaram para contemplar, usufruir da beleza do lugar, tomar um banho nas águas cristalinas e mornas da Praia Formosa.
Alguns anos depois, o Cel. João Viana levado por amigos se aproximou dos veranistas da Praia Formosa e demais moradores da Praia de Ponta de Matos. O “Joca pai Velho”, era um baluarte da velha política, profundo conhecer de Cabedelo e sabia se relacionar com todas as lideranças das praias no litoral norte da Paraíba, na ocasião, pediu para que sua gente acatasse as reiteradas sugestões do negociante Manuel Garcia de Castro, para que viabilizasse a implantação do seu patrimônio a Empresa “Ferro Carril de Cabedelo”.
Tempo depois, as Praias Formosa e Ponta de Matos, tiverem assegurado o seu transporte pitoresco “o bondezinho” puxado por um animal (burro), tendo como condutor um homem de apelido, “Zé do Bonde”, e assim, o bondezinho ficou sendo um meio de transporte da Praia Formosa, passando pela Praia de Ponta de Matos até o centro da vila do Cabedelo.
Organização do texto: Professor Tadeu Patrício.
Praia Formosa década de 70
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